sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Big Sean - Control (HOF) (Faixa)

Afinal, não deixaríamos de falar do rap mais polêmico do ano.

[Escute]




Felipe Reis [8.5]
Somente algumas palavras e Kendrick Lamar toma a faixa do Big Sean pra si, transformando ela (e a discussão em torno) em um dos maiores assuntos do ano. Antes de qualquer coisa: a faixa é simplesmente boa, com uma produção que captura o melhor do pop-rap solidificado pelo The Blueprint (veja também: "Lord Knows" do Drake) e com flows intensos - nem o Big Sean, que costuma ser inexpressivo, falha aqui. "Control" surpreende por muitos motivos, mas não é uma mudança de paradigma como alguns tem pregado, apenas um desafio positivo feito pelo sujeito responsável pelo maior instant-classic dos anos recentes. Independente das consequências, ignorar o feito do Kendrick é impossível: se posicionar como superior ao dono da faixa, ao outro rapper no feat. e a outros grandes nomes do mainstream de uma única vez é tirar 12 nos dados jogados em cima do tabuleiro do rap game.

Julio Pio [8]
Uma faixa de rap com uma letra agressiva, cheia de referências a drogas, outros rappers, crimes, a própria fama, provocações diversas e espalhadas a cada estrofe causando uma polêmica. Bomba, molly, Lindsay Lohan, Papa, Islam. Uma metralhadora de provocações, seria o mais adequado. Em 2013. Isso já justifica a existência dessa letra que é uma meta-linguagem pro próprio hip hop, as frases de efeitos, os vilões sazonais, quem brilha e quem pimpa a faixa. The Rage is all the rage itself.

Pedro Primo [8]
Não consigo entender porque todos se decidiram por apenas comentar o verso "polêmico" de Kendrick Lamar, quando há tanta força na primeira parte da música, interpretada por Big Sean. Sean é o homem de "Clique" do G.O.O.D. Music e, ali mesmo, ele já distribuía versos cheios dessa provocação global que marca "Control". Lamar só aponta o dedo e coloca os pingos nos is. Ambos entram na música quase ungidos por uma violência alegórica (pense aí nas interpretações doentes de Apocalypse Now), deixando quase nenhum espaço para refletir; mas não é a reflexão que a canção busca e sim a provocação, a gozação. "Control" é uma desculpa pop para brincar com a fama alheia: a fama sacra do Papa, a fama de piranha de Lindsay Lohan, chegando, finalmente, até a fama dos próprios homeboys. No fim sobra um música muito zoada e que provavelmente lembraremos como um artefato de provocação, algo como a icônica frase de Robert Duvall: "I love the smell of Napalm in the morning".


8.1 [RECOMENDADO]

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